Tribuna Popular discute o Plebiscito Popular por um Brasil Mais Justo

Membros de movimentos sociais defenderam mudanças na legislação em benefício dos trabalhadores

A Câmara Municipal de Imperatriz realizou, na manhã desta quinta-feira (4), uma Tribuna Popular com centrais sindicais para debater o fim da escala de trabalho 6x1 e a taxação dos bilionários como forma de garantir a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. A solicitação da tribuna foi feita pelo vereador Aurélio Gomes (PT), com o objetivo de aprofundar o debate sobre o tema.

Durante as falas, o senhor Divaldo do Santa Rita, trabalhador da construção civil desde 1979 e atualmente aposentado, destacou que a escala 6x1 não corresponde mais à realidade dos dias atuais, considerando os avanços tecnológicos. Segundo ele, trabalhadores da construção civil, do serviço doméstico e de outras categorias são prejudicados pelo modelo, que limita o descanso e compromete o convívio familiar. Divaldo ainda alertou que muitas chefias burlam a legislação, exigindo jornadas acima do limite previsto em lei.

A professora Euramir Reis reforçou que os movimentos sociais e sindicatos discutem o tema desde maio deste ano, inclusive com a instalação de urnas na região Tocantina para coleta de votos no Plebiscito Popular. Ela explicou que o plebiscito trata da revogação da escala 6x1, da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e da taxação dos super-ricos.

“A escala 6x1 é aquela em que se trabalha de segunda a sábado, restando apenas um dia de descanso. Ela já é alvo de debates em países da Europa, como Islândia e Reino Unido, e aqui também há proposta tramitando no Senado Federal. Os mais afetados são trabalhadores da indústria, do comércio e até professores”, pontuou.

Euramir também destacou que a jornada atual compromete a produtividade devido ao cansaço, atingindo inclusive os trabalhadores das áreas administrativa e tecnológica. Para ela, reduzir a carga horária, sem prejuízo salarial, é fundamental para garantir mais qualidade de vida e melhores condições de trabalho.

“Nós queremos uma redução na escala, mas sem perda de salário, para melhorar a produtividade e a vida dos trabalhadores do campo e da cidade”, defendeu.

Na sequência, o Dr. Eduardo Palhares abordou a proposta de taxação das grandes fortunas como forma de assegurar a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda de até R$ 5 mil e descontos escalonados para quem recebe até R$ 10 mil. Ele destacou que essas pautas têm grande apoio popular, mas ainda enfrentam resistência por parte da grande mídia e do setor patronal por questões políticas.

“Nós agradecemos à população e aos vereadores presentes e reafirmamos nosso compromisso de avançar com nossas bases sindicais agora em setembro, para que este abaixo-assinado seja encaminhado ao Congresso Nacional e também ao presidente da República”, ressaltou.

A tribuna contou com a participação de representantes de movimentos sociais e centrais sindicais, entre elas: Força Sindical, CSB, CUT, Intersindical, NCST, UGT, Central Pública e FETESPUSULMA, que reforçaram a mobilização em defesa do Plebiscito Popular por um Brasil Mais Justo.


  • 04/09/2025
  • Danielle Luz
  • Wallisson Santos