Tribuna Popular apresenta dados de atendimentos da rede de proteção às mulheres em Imperatriz

Encontro reuniu representantes de órgãos de proteção e apoio para apresentação de dados e debate sobre a violência contra mulheres no município

Na manhã desta quinta-feira (4), a Câmara Municipal de Imperatriz realizou uma Tribuna Popular para apresentar os dados da rede de proteção a mulheres vítimas de violência na cidade. O objetivo foi ampliar as discussões e aprofundar o debate sobre a importância do cuidado às vítimas e o trabalho dos agentes que atuam na rede de apoio.

A assessora da Procuradoria da Mulher da Câmara de Imperatriz, Sônia Pargas, apresentou o balanço das ações realizadas em 2025. A Procuradoria atua em articulação com diversos órgãos, com o objetivo de acolher e orientar as mulheres para os serviços adequados. Ela ressaltou as reuniões de articulação e parcerias que fortalecem o atendimento às vítimas.

“A nossa maior frente de ação foi a educação, prevenção e conscientização, com projetos como a Procuradoria Itinerante, que esteve presente em escolas, CRAS e UBS, levando rodas de conversa e ouvindo a realidade das mulheres”, explicou.

Sônia destacou ainda a realização de palestras educativas em parceria com a Patrulha Maria da Penha, panfletagens em eventos, incluindo entrega de preservativos e divulgação dos canais de denúncia, além da participação em programações locais e debates promovidos em conjunto com o Legislativo. Segundo ela, 2025 foi um ano de estruturação e fortalecimento das políticas públicas voltadas à proteção das mulheres.

A diretora da Casa da Mulher, Gabriela Bonfim, agradeceu o apoio da bancada feminina e dos demais parlamentares, reforçando que a violência contra a mulher é um problema que envolve toda a sociedade. Gabriela informou que a Casa da Mulher realizou 9 mil atendimentos em 2025, com dados que ajudam a traçar o perfil das vítimas e compreender melhor a violência no município.

“Todos os dias há violência. Temos uma proporção em que, para cada mulher que denuncia, cinco estão caladas. Em Imperatriz, temos 9 mil mulheres vítimas de violência, fora os atendimentos que não passam diretamente por nós”, afirmou.

A coordenadora da Casa Abrigo Ruth Noleto, Íris Zezuína, usou a tribuna para ressaltar a importância da rede de apoio às vítimas de violência doméstica e física. Ela compartilhou que já foi vítima de violência física, patrimonial, psicológica e sexual, destacando a relevância da proteção às mulheres. Íris informou que houve aumento de 45% na procura pelos serviços da Casa Abrigo em comparação ao ano anterior. As maiores demandas são por aluguel social e passagens para recomeço de vida em outra cidade ou estado.

“No ano passado atendemos 19 mulheres e 11 crianças. Neste ano, de janeiro até agora, passaram 27 mulheres. Desde 2008, ano de inauguração, até hoje, passaram pela Casa Abrigo Ruth Noleto 427 mulheres, uma média de 27 por ano, cerca de 3 por mês”, disse.

A promotora de Justiça, Gabriele Gadelha, destacou a importância do diálogo entre os agentes públicos, ressaltando a sensibilidade dos dados apresentados. Ela lembrou a atuação do Ministério Público, que trabalha integrado à rede de apoio às mulheres vítimas de violência, reforçando que foram realizados cerca de 301 atendimentos.

A realização da Tribuna Popular é essencial para ampliar as discussões e promover políticas eficazes para toda a população. A Câmara Municipal de Imperatriz reforça seu compromisso com a efetivação de políticas públicas de proteção e inclusão social, garantindo a preservação dos direitos previstos na Constituição Federal.

 

  • 04/12/2025
  • Wallisson Santos
  • Wallisson Santos